BLOG DO JOEL ARAÚJO - PARINTINS

Blog para quem acredita num mundo melhor

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os sete pecados capitais de Arthur Neto!

No Brasil, a elite age sempre da mesma maneira quando deixa de controlar o Estado que criou. O Estado burguês brasileiro, por exemplo, apesar de ter sido criado em virtude de um Poder Constituinte, com representantes eleitos pelo povo, legou-nos uma estrutura com amarras que seus artífices nunca esperavam perdê-la, embora que momentaneamente. Por isso, a eleição de governos trabalhistas é uma pedra no caminho dessa elite. E a reeleição de governos trabalhistas deixa seus membros, os liberais, de cabelo em pé. Por quê? Porque os privilégios do Estado aos cúmplices dos liberais cessam ou diminuem com a eleição de governos trabalhistas. Vejam o caso do BNDES, que há tempos não libera recursos para os grupos de mídia, tão solenemente abençoados durante o governo FHC. E o que dizer dos bancos estatais, como a CAIXA e o BANCO DO BRASIL, que antes financiavam mansões ou casas de praias para empresários, senadores e deputados federais. E hoje, por teimosia de dois presidentes (Lula e Dilma), são obrigados a financiar casas para as camadas mais baixa da população. 
E, para terem o Estado burguês de volta, os liberais mentem, disfarçam suas intenções, defendem propostas que antes abominavam, acusam seus adversários de corruptos e de bandidos. Somente eles, os liberais e a elite que representam, detêm o monopólio da ética, da probidade, da moralidade e dos bons costumes. Eles se apresentam com novas roupas, mas, no poder, executam as velhas ideias de sempre: liberalismo econômico, concentração de renda, aumento da pobreza, desemprego, arrocho salarial dos servidores públicos, interrupção de concursos públicos etc. E isso com o apoio dos grupos de mídia, que demonizam os adversários dos liberais e pavimentam seus caminhos, removendo as pedras para que possam andar calmamente, sem olhar para trás, sem olhar para os lados. Mas o povo tem acordado, está dizendo não à manipulação da mídia e ao discurso ilusório dos liberais. E isso graças à internet.
Nesta crônica, darei um exemplo do que estou expressando por meio do candidato Arthur Neto, um representante nato dessa elite liberal. Para isso, farei uma comparação entre os Sete Pecados Capitais e algumas atitudes do político Arthur Virgílio Neto.
 
1. A preguiça – Arthur Neto e a volta de Amazonino
Arthur Virgilio Neto foi eleito prefeito de Manaus em 1988. Na eleição de 1992, como ainda não podia concorrer à reeleição, Arthur firmou uma aliança com Gilberto Mestrinho e lançou como candidato a prefeito o deputado federal José Cardoso Dutra. Em virtude de sua péssima administração, o candidato de Arthur não obteve êxito, sendo derrotado por Amazonino Mendes. Depois de ter sido prefeito de Manaus (1983 a 1986), Governador (1987 a 1990) e Senador (1991 a 1992), Amazonino retorna à administração municipal graças à péssima administração do então prefeito Arthur Neto. Depois dessa eleição, Amazonino foi eleito por duas vezes governador do Estado (1995 a 1998 e 1999 a 2002). Se eleito, será que Arthur continuará desempenhando com desídia sua função na prefeitura?
 
2. A soberba – surra de pai é para educar o filho
Em 1989, já na prefeitura, Arthur Neto procurou “limpar” a área do Centro. Para isso, retirou os camelôs a gritos e pontapés. Antes, os fiscais da prefeitura já haviam feito o “esquenta” para a ação, quando se apropriavam das mercadorias apreendidas dos camelôs. Era a figura do “Rapa”. No primeiro turno desta eleição, Arthur classificou a retirada dos camelôs na época como “um ato de defesa da cidade”. Em São Paulo, por exemplo, Serra já culpou os nordestinos pela péssima qualidade de ensino no Estado. Também em São Paulo, há tempos ocorrem incêndios criminosos em favelas localizadas próximas de conjuntos residenciais da elite paulista. Parece que o PSDB adora segregar os pobres! Será que Arthur fará uma limpeza étnica no Centro no seu próximo mandato de prefeito?
 
3. A avareza – A contribuição do PSDB para a saúde
A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF – foi aprovada pelo Congresso Nacional em outubro de 1996 e cobrada a partir de janeiro de 1997. Na época, o governo FHC celebrou, com entusiasmo, a criação do tributo, que teria sua arrecadação toda voltada para a saúde. Nesse período, Arthur era vice-líder do PSDB na Câmara dos Deputados e defendeu, efusiva e entusiasticamente, a criação da nova contribuição. Seu discurso a favor da cobrança da CPMF mereceu aplausos até dos que eram contra a criação do tributo.   
Madrugada do dia 13 dezembro de 2007. Primeiro mandato de Lula. Nesse dia, ocorria no Senado a votação pela prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. O governo é derrotado, sendo a prorrogação rejeitada. Na época, Arthur era líder do PSDB no Senado. E ele foi um ardoroso defensor da extinção da cobrança da aludida contribuição. Depois da votação, Arthur se manifestou dizendo que era contra a prorrogação da cobrança da CPMF porque“atendia ao clamor da sociedade”. Na verdade, tanto o PSDB quanto o DEM queriam sangrar os cofres do governo federal e assim, quem sabe, deixar o Executivo sem fonte de recursos para a saúde. Caso o PSDB volte à presidência, a CPMF deverá retornar, e com apoio da mídia, como foi no início de sua criação. Na época, a revista Veja, a Folha de São Paulo, o Estadão e a Globo não reagiram contra a cobrança da CPMF. Arthur adora o vil metal e, como os avarentos, não gosta de dividi-lo com ninguém!
      
4. A ira – A surra no Presidente Lula
Em outubro de 2004, depois de sua pífia votação na eleição para prefeito, o filho de Arthur Neto, o Arthurzinho Bisneto, estava curtindo suas merecidas férias pelas praias de Fortaleza quando resolveu perguntar a duas adolescentes sobre onde ficava o “Cabaré da Tia Bete”. Como não obteve resposta, baixou a calça e mostrou sua bunda branca e seca para elas. Denunciado, o filho de Arthur foi preso, mas solto em seguida, depois de pagar fiança. Em novembro de 2005, depois de acusar o governo Lula de perseguir ele e sua família, o então senador Arthur Neto usa a tribuna do Senado para desabafar. Arthur, com sua já conhecida retórica, esbravejou:
“Mexer comigo é a mesma coisa que passar a mão no bumbum da mulher do Mike Tyson num bar. Eu daria uma surra no Lula, eu pessoalmente. A surra pessoal no vagabundo ninguém tira, ninguém tira...”
 
Ao que parece, depois de meses com a cena na cabeça, Arthur atribuiu a Lula a prisão do filho exibicionista. Além de desrespeitar o Chefe de governo e do Estado brasileiro democraticamente eleito, Arthur mostrou o seu destempero emocional para lidar com problemas de ordem pessoal. Que esperar de um candidato a prefeito que deseja botar ordem e progresso na casa dos outros e não consegue administrar a sua? Que esperar de um candidato que trata seus desafetos com raiva, com ira, que perde a ternura com seus adversários?
 
5.  A gula – Muito dinheiro por nada...
Em 2009, diversas reportagens da revista Isto É questionavam a estranha ética do senador Arthur Neto. Sua mãe, que faleceu em 2006, vítima de Alzheimer, teve suas despesas médicas, no valor de R$ 723 mil, custeadas pelo Senado, quando o permitido era um ressarcimento de R$ 30 mil. Em seu discurso, Arthur acusou o diretor do Senado, Agaciel Maia, seu desafeto, de tê-lo induzido ao erro. Por conta disso, vociferou:
"Esse homem (Agaciel), até quando me acusa, não consegue fugir de dizer que praticou uma ilegalidade. Se liberou tratamento que não deveria ter liberado, ressarcimento que não deveria, da minha mãe, praticou uma ilegalidade. Ou seja, quer me transformar em seu cúmplice ou transformar meu pai, falecido, em seu cúmplice".
O que esperar de alguém que costuma usar o erário para custear despesas pessoais? Imaginem o que este senhor será capaz de fazer quando tiver em suas mãos a chave do cofre da prefeitura?
 
6. A Vaidade – Midnight in Paris
    Durante uma viagem a Paris, em 2003, ao tentar fazer um compra, Arthur Neto teve o seu cartão de crédito rejeitado. E quem Arthur procurou para socorrê-lo? Agaciel Maia, diretor do Senado, seu desafeto! O contato com Agaciel foi feito pelo amigo e depois assessor de Arthur, Carlos Homero Vieira Nina. Agaciel ligou imediatamente para o gerente do banco e pediu que este fizesse uma transferência de sua poupança no valor de U$ 10 mi. Assim, Arthur teve o cartão de crédito liberado para ir às compras, aos restaurantes e aos cafés parisienses. Segundo a revista Isto É, Agaciel comentou com amigos que nunca foi ressarcido do empréstimo! A vida é assim, na hora do aperto recorremos até aos inimigos!
        
7. A luxúria – tudo por uma causa
Ao término do primeiro turno, Arthur Neto procurou os outros candidatos para um possível acordo no segundo turno. Primeiro recebeu o apoio do DEM, de Pauderney Avelino, um aliado histórico do PSDB. No governo FHC, PSDB e PFL (atual DEM) formaram uma “dupla do barulho”, que arrochou o salário dos servidores públicos, diminuiu o poder de compra do salário mínimo e suspendeu os concursos públicos federais. Imaginem essa dupla na Prefeitura de Manaus!
Em seguida, Arthur recebeu a adesão do ex-prefeito Serafim Corrêa, que depois de sua desastrosa administração, contribuiu para a segunda volta de Amazonino à cena política amazonense. Depois, Arthur procurou Henrique Oliveira, o “Cabeção”, do PR, partido do senador Alfredo Nascimento.
E, por último, Arthur recebeu o apoio do PDT, de Amazonino Mendes. Esta aliança é sui generis. O desastre da administração do prefeito Arthur Neto, de 1989 a 1992, contribuiu para a primeira volta de Amazonino à cena política baré. E agora, o desastre da administração de Amazonino poderá contribuir para a eleição de Arthur. Será uma troca de favores que esperou vinte anos para ser sanada! A vida política de Arthur é assim, uma luxúria!
 
Mao, 19.10.2012
Abraços
Frederico A. Passos

Um comentário:

  1. Legal ver uma das crônicas do amigo Valdinor no seu blog Joel...sugiro que "se aproveite" bem dos escritos do nosso amigo... que por sinal são ótimos. Um abraço
    Edilena Vieira

    ResponderExcluir